Friday, August 29, 2003

ao vento 2...

Pesada ela senta, mas não pensa em nada. Gostaria de passar o dia na cama, porém seu serviço é arrumar tudo. Brincar com as crianças não conseguia porque sua mente atravessava campos e chegava ao seu interior, sem perceber. Sentia-se mal e qualquer palavra dos outros era o bastante para fazer sua cabeça explodir.

O problema é que não sabia o que tinha porque não tinha nada. Estava feliz, até hoje quando seu corpo ganhara um peso, suas costas doíam e sua cabeça caía de lado na impossibilidade de mantê-la em pé. O cheiro de flores que impregnava a casa para disfarçar outros odores chegava-lhe as têmporas que latejavam a cada respirar. Queria ficar na cama, quietinha, mas a vida chamava-lhe. Quisera poder dar um tempo de deitar porque quanto mais irritada ficava, mais saudades sentia. Não a saudade da terra distante, mas do que fora ontem. E hoje, o que além dum corpo andando de um lado a outro?

Pelo menos pensava em coisas concretas e não aquelas questões que não tinha resposta. E pergunta-se se o verá hoje, aquele ver de apenas ouvir a sua voz porque já estava ficando confusa com seu vocabulário que não expressava exatamente seu real significado. Hoje verá sua representação, ícone intergaláctico? Besteiras, sorri.
Queria saber notícias porque se sentia cega daquele outro mundo, o lado de lá, e precisava vê-los. E o vento lá fora combina com as nuvens cinzentas, que combina com seu humor, que permanecia apenas dentro dela.

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